31 de mar. de 2010

rapsolapsocápsula

o maior medo humano é o amor... por isso confinamo-nos em cápsulas

30 de mar. de 2010

cada mundo um todo mundo cabe


cada mundo um todo mundo cabe
um todo mundo cabe cada mundo um
todo mundo cabe cada mundo um todo
mundo um cabe cada todo mundo
um todo
cabe a cada um.
todo mundo
um todo
mundo um
!!!

cada mundo um todo mundo cabe

27/03 - dia mundial do teatro?


teatro não tem dia

teatro não tem hora

teatro não tem tempo

o teatro é a celebração da vida!!!

ato célebre do re-conhecer-se!!!

teatro não tem casa

teatro não tem dono
teatro não tem nada.

o teatro é!

tudo...

o que você quiser...

que seja...

vida!!!

viva!!! viva!!! viva!!!

o teatro!!!

e vá viver

.

E V O É

!

cá mim

neste solo, só mas não sozinho... meu caminho sou eu...

eu sou assim: enquanto ando, caminho...

e ao caminhar, encontro-me naquilo que anda em mim.

3 de fev. de 2010

o sonho da vida


já nos disseram que "a vida é sonho"
e que "sonho que se sonha junto é realidade"
se a vida sonha de verdade,
e se a morte da vida é iminente
sonho de vida então, é a gente
que permanente-mente morre e vive
ao ir e vir da vaidade
o sonho da minha vida enfim,
é esta simples vontade decente...
poder acordar desta morte
como assim desperta o sol nascente

26 de jan. de 2010

papocabeça


o mundo é miúdo... miúdo é o mundo
glande é a cabeça do homem no vulvo espaço profundo!
quem vê até que pensa...
quem pensa, logo existe
a palavra é de quem vê
a palavra, e não resiste!!!

14 de jan. de 2010

ai de ti haiti


ai de ti haiti
que tua terra treme
tua pele sangra
e teu sangue
geme
ai de ti haiti
que tua gente espanta
teu grito rouco
e tua fome
tanta
ai de ti haiti
que tua dor agrava
tua carne negra
e tua reza
brava
ai haiti
que seguir sem ti já não dava
ou fingir que o que está não estava
e sentir-te a ti só faz-me aqui
não saber doer como a dor daí
haiti
ai de ti!

como estão as coisas


as coisas estão no seu lugar
nós as colocamos em movimento
e tudo muda e tudo passa
e todo vento é todo bento
nada a toa e tudo voa
pela paisagem do momento...

29 de jul. de 2009

AmemosMais


a libélula mesmo ferida voa além da tempestade
a amizade compreendida é o amor em liberdade!

the wounded dragonfly besides the tempest flies
the comprehended friendship is love in freedom!

let'slove
AmemosMais

5 de jul. de 2009

bailapina



dama branca bela do cabelo negro
chegaste foi cedo para o teu paradeiro
e para o mundo inteiro
enquanto pina dança
o mundo inteiro avança
e dança o sol a pina
e dança o sol a pina
labareda bailarina
olho e lago pele e crina
bailareda lamparina
pé corpo palco piscina
e nada o mundo inteiro
enquanto pina dança
o mundo inteiro e tudo
dança o sol a pina
e dança o sol a pina
senhora dona do seu movimento
diz o tempo e desatina
elegante elemento
pensamento de rapina
fogo branco véu e vento
em baile lento bailapina
vich maria menina
vich maria menina
enquanto pina dança
dança o sol a pina
e para o mundo inteiro
enquanto pina dança
para o mundo inteiro
e pára o mundo inteiro
enquanto pina
dança

9 de dez. de 2008

caminholhado



caminho do mundo
até o olho do nada
do nada o caminho
até o olho de tudo
de tudo de novo
do novo do mundo
do fundo buraco
o eco desse oco

do olho do nada
até o mundo caminho
daí olho de tudo
caminho de novo
se mudo não calo
se falo sou fogo
foco desse ato que
a fé tá no todo

e o fato é que tudo
começa de novo
da uva pro vinho
do ninho pro ovo

pro olho do mundo
do nada caminho
caminho do nada
tem pra todo olho
e no olho de cada
mundo tem caminho
até o olho do nada
caminho de tudo





ai cai


haikai cai cai
ai ai ai
hey eye, hi!!!

2 de dez. de 2008

se estou feliz?



a felicidade é sempre a próxima estação

sorrisos ocorrem durante a viagem
percorrem ligeiros vagão por vagão
vários ou vagos são como sinos
apontam e atinam paisagens
sinalizam com sins nossa direção
não apressam a chegada aos destinos
nem atrasam o fio da condução
apreciam coragens apresentam caminhos
do porvir divagar puro do coração

a felicidade é sempre a próxima estação
morada miragem do feliz cidadão

se estou feliz?
estou em movimento...

25 de nov. de 2008

paporepaginado



...do antigo posto para este novo pasto...




20/02/2008

patodomun





bunitotu
nomundonu
donodomun
domundotu
bunitotu






05/02/2008

... e por aí vai



minha palavra é música
minha música é onda
minha onda é teatro
meu teatro é casa
minha casa é corpo
meu corpo é sonho
meu sonho é vida
minha vida é amor
meu amor é fé
minha fé é imbatível
e eu danço meu caminho
meu caminho eu sou
eu sou minha palavra




05/02/2008

anjo de asas pintadas



anjo de asas pintadas
por onde anda o teu pensamento de tinta
que pinta o teu sentimento de gente
a frente acima aceite e vá
aponte o aqui que te convém
que vai que vai na ponte em ti
venho te contar
se vem dor não é lugar
água que apague as mágoas rasas
vencedor só vai se dar
no amor onde pairam tuas asas





26/12/2007

tel A aviv A






dali da tela
viva da
terra
vi tel aviv
de
david
ou
de alah
de onde
old
jaffa já fala
sliha para
israiar
que
ouvi de

ialah
ualah
behazlaha
dela
dará
toda rabah
bela toda
odara
baba
pudera
sababa pura
da
terra
de
alah e david
que
vi ali
até la vie
que
vá até
vou
tê-la viva
tel aviv
v
.




20/12/2007

vai ver...



se alguém algoz vier com algo mais
que lhe pareça atroz
indigno de paz
lembra
que ninguém é ninguém
ninguém é ninguém
para ser mal-tratado pisado ou passado pra trás
e o passado pra trás
ficou já não é mais
o que fica é passado
pois o que é é o que vai
vai verque o que é é o que vai
vai ver que só quem é é quem vai
vai ver
deixa estar para ser
vai ver tudo é só uma bobagem a mais
nesta sua bagagem pra esta passagem fugaz
lembra
que também há tambéns
ademais os poréns
no porão destas têmporas
que amparou temporais
o tempo com suas vendas
se foi com seus vendavais
vai ver
que o que é é o que vai
vai ver que só quem é é quem vai
vai ver
deixa estar para ser
vai ver tudo é só uma miragem a mais
e entender a mensagem
já são outros carnavais




29/11/2007

o belo que quase morreu



tudo que quase morre vive
o que vive vi... vê o que vive
vim ver o que houve
ouve: o que vê?
aqui vai: à que vem?
vento ia ventania
quando venta vem teu guia
rê-ver-te com fé em ti que em ti confia
vem tu rê-inventa rê-aventura tua via
ar-rê-voa em asa de teu vôo maioria
que quem voa é pura asa
que teu vôo só tu cria
o que vê é a direção
do teu gesto à criação
voa voa coração
que sem ti nada haveria





12/11/2007


sobre o que poetizo



se viver é poetizar
poetizo a vida
sem fronteiras
pelas estâncias
sem distâncias
o trem do instante
a cada estação
se viver é poetizar
apenas vivo
poetizo e sigo
pois se não...
tudo que vem seria vão
escolho que poetizo
estou vivo então




24/10/2007

sumonada



sumi num sumo
só supra sumo
bem pra cima
da glândula gomo
sopro sem sono
só pra pega rumo
que isso de sumiço
é inguiço sem viço
pra quem passagem
noutra paisagem
aqui a que me arrumo
logo não sumo
apareço sem ser visto
que isto de toda hora
também demora
é muito serviço
sou do agora que não cansa
não explica não implica
descansa porquês e comos
o eu está para os sumos
assim como nós para os somos

suimioquê...
sumonada!!!




02/10/2007


ar te ar te



ar e te ar
de te ar me
de me
te ar
no
de
ter me
de me ter me
no te mer me
de me dar
ter me de ar
de
ar me ter
ter ra e mar
de ter me ar
a te ar
me
de ar te
ar te
ar te ar me
de mor a mor
no de mor
ar

dar me de a mor
de a mor
me dar
de ar te ar
te
de min a te
dar me de min
de min ar te
de ter min ar
de
ar ter
e ar te dar
de ar te ar te
de ar te ar





22/05/2007

quem te sente



abraço de presente
presente de surpresa
surpresa que se preza
prosa que se abre
obra que desdobra
quatro braços que se cobrem
se recobram num apreço
não tem preço esse pedaço
o passado para o espaço
me refaço e reconheço
meu presente é o que abraço!
o recebo... e agradeço

gracias




30/04/2007

deliberium



de um lírio
delírium
delirios
delícias
de gritos
de corpos
deleites
aos litros
delitos
delatos
relatos
põe-se os
pilatos
pilares
pelados
de sensos
non sences
sem tensas
sentenças
sem terças
intensas
insanas
inversas
conversas
sem versos
sem táticas
sintéticas
sem tetos nem pernas
contatos sem tato
sem tantos contratos
nem trecos ou truques
o mega mágico
ômega ilógico
sem juízo
sem destino
ou aviso de chegada
clarão de romper
madrugada
sem medo
contudo
segredo
sem nada
saladas
desfrutes
deflóreis
delírios
tremem tremens
trens em
destrilhos
das mentes
sem dentes
dementes
contentes
bem sob os
seus cílios.

o delírio é bom?

qual o maior delírio bom?

delire... o que é bom?




16/01/2007

retrato morto de um bailado



em um estalo um instante

em um instante um estalo
em um instante me instalo
estalo instante estalo instante
constante
instante estalo instante estalo
constante ao léo
constante é o tao
constante é o neo neandertal
um fato fractal fatal ou foto
síntese sem tese
uroborus boreal
um relato um trato
retrato mimo automimese
uroborus boreal
censura rasura grave
bravura gravura breve
decifrar alguém se atreve
dançar ao som desta rave
registro homem momento misto
portátil tátil intento listo
preserva ti vo volátil lento
versátil verso inútil visto
um verbo ou outro vento
qualquer outro invento disto
silêncio balburdia caos
abstrato abismo absorto
aos baldios mortais
aos tais o deus de um mundo
morto
e outros mais.




04/11/2005

meio assim



o espaço em nossa volta
volta e meia
um meio passo
um passo em falso
facilmente a gente cai
do nada e nada
deixa nada beira
nada deira
nada era
como antes
antes fosse
possível me te ver ter e
aqui
me levanto toco barco adianto
para o lá bem
aqui
ta tudo bem
aqui
ta tudo igual
ta tudo quase igual
tudo tal
qual amanhã de manhã
e depois de amanhã
e depois é depois
e depois
agora
me deposito por escrito
eu grito transito entre
palavras áridas
áridas
áridas
arear a mente
a gente sente
diferente
assim meio calado
paracálidas
cálidas
cálidas
carapálidas
barganho mil perguntas
permito-me permuto-me
respostas apostas
sentimentos momentos
entretantos contentos
tento esquecer meio assim
do eterno sim
que finda o mim
omem
amem





18/09/2005

toco de gente

pra você talvez...



apenas um pedaço de madeira
jogado dando sopa aí de bobeira
pode talhar-me um nome
e carregar-me ao suór do sovaco
não falo não sinto não exalo
pode me amar me odiar se cansar
censurar-me
esconder-me num saco
agora arma que afugenta o fraco
outrora brasa aquecendo o buraco
oco do homem oco do oco
nem são nem louco tampouco
não sou gente... não pulso
sou madeira sou ripa sou toco
companheiro portátil e prático
pronto a consolar
sem verdades que doem...
uma obra de arte genial
utilize-me e rotule-se
o tal.




17/09/2005

aquioração?




agradeço à vida
pelo que penso
pelo que sinto
pelo que faço

agradeço como em oração
pelo que sou
pelo que estou
võo que vou

agradeço como em oração
pelo que me faz
me traz
me Paz

agradeço como em oração
por tantas vias
todos dias
tristezas e alegrias

agradeço como em oração
pelo que chamo
que amo
que vamo que vamo

como em oração
com a memória em ação
se lembro
celebro
como em oração
me moro nação
como horas, ações, memórias
atrasos descasos demoras
paciento me entro aqui dentro
como ponto de encontro de agoras
como onda comum vendo vento
se lembro
celebro
como em oração
oração
comemoração
ora são ora não
oras
comemoração
comem... oração
homem coração
tum tum tum tum tuuuuuuuuuuuuu
...........................................tu




04/08/2005

olhos fechados

o que sou
daqui bem vejo
abra e descubra
das janelas
à flor rubra
abra e descubra
não a minha
mas a tua que guardei
para que roubasses a ti mesmo
abra e descubra
flor espelho escaravelho
abra e não fuja
que me esfinjo e tinjo-te
vermelho
a tua curiosidade não é de mim
é de ti
daqui bem vejo
abra e descubra
ou cubra-te pejo.




28/07/2005

brinquedo sagrado












palavras são brinquedos sagrados






delas faço presentes:
segredos e agrados.












28/07/2005

templo ao templo


cada um é um templo
contemplo cada um
atento aos atentados...
há tempos violentos
templos são violados
quem respeita os dentros?
quem espreita aos lados?
a todos os templos...
todos os cuidados!





16/06/2005

reflexo teu



eu sou parte de ti
a parte que não vê em si
este palhaço espelho
estilhaço espalhado
solto na tua multidão
nobre ignóbil móbile hábil
sedento segmento pífio
sou teu fragmento frágil
guiado pela voz do coração
sou feito de ti Luz
já para ti Ilusão.




15/06/2005

agradecimento


Não quero agradecer nada... porque o que quero não habita em mim... Sendo assim, agradeço sim, aqui e agora à tudo, ao todo e à todos que de qualquer forma contribuem, participam e contemporanizam com esta presença que aqui se apresenta. O meu obrigado não é obrigado, mas sim... muito espontâneo... e vai à toda a minha família e à todos os meus amigos, espelhos meus estilhaçados em toda e qualquer parte, que me ensinaram e me ensinam a viver e ver a vida como nada mais, senão arte. Por compartilharem de mim comigo... obrigado por vir... e estejam... a vontade.




26/05/2005

entre dentros


dentro intro troço in
em mim
há sim
assim sendo
entro dentro
ah sim
me novo, comovo
me movo comovento
dentro disso
aspecto movediço
introspecto suspecto
espec tro zen
tro den tro den tro den
tô den tro
de mim
enfim
fim do in
innnnnnnnn




16/05/2005

desenrola


desenrola
desenho de mola
salta e pula
deita e rola
desenhemos
rolemos
escrevemos
relemos
desenrolemos
a história



16/05/2005

aos porquês


não há porquê
não há porquêra
não há porção de medos
abre a portêra
abre o porvir
e vira
a página intêra
vai pro terraço
e respira
que o tempo passa
a fruta madurabate a madêra
a água espirra
a Terra gira
te gira e gira
sem cansêra
e sem porquês



17/04/2005

via sem regra



viéses viáveis
visíveis indeléveis
leves levianos
levados ávidos
pesados lívidos
avessos suaves
suados árduos
riscos risos
rasgos rasos
desvios a fios
desafios vi-os
veia saltava
soltava ia
havia lá havia
regra sem via
sem via regra
sem regra via
via sem regra
avia!



16/01/2005

ter ra




terra
aqui é a viagem
e daqui para o além
mas tem que ter coragem
encarar o escuro e sacá-lo seguro
para clareá-lo bem
terra
planeta dualidade
da idade da pedra
ao furo do futuro puro porto inseguro
no pulo de um índio nu arqueiro zen
nem bom nem mal
nem bem mal nem
que tal que nem
que nem animal
mar água e sal
velho embalando neném
nem frio nem quente
quase que nem sente nem
demorado de repente
que tal quintal varal nem tem
verdade que mente bem
vai meia volta e meia vem
aparecem e somem
homens sementes sêmens
mole no duro é claro escuro
depravado e puro e o impuro aprovado
simples complicável também
terra
tem selva e tem cidade
intensidade tem
tem porém quando convém
quase sempre alguém
de quando em quando vem
terra
do ovo da memória
ninho da infinita história
geradora das eras
aqui fostes és e serás
terra
aqui é a viagem
e daqui para o além
mas tem que ter coragem
ingresso engrenagem
a vida é passagem
o amor a mensagem
pra viver tem que ter ra




16/01/2005

Santa Quitéria city



minha Santa Quitéria do nordeste
que destino lhe foi este
cidade abandonada no agreste
de fillme esquecido de faroeste
o que foi isto que fado é este
de fato que fardo, que faro é este
quem te viu quem te vê
minha Santa Quitéira nua
quem é que te veste
tua praça já não tem graça
calçada crua onde o dia não passa
que destino lhe foi este
que desgraça mereceste
o tempo comeu-lhe feito peste
minha Santa Quitéria do nordeste
o que queria que não tiveste
desatina e siga a cina
de senhora santa seca nordestina
furada com bala de carabina
guardada no nada naftalina
o que tu foi e o que será
pra onde tu te destina
o que Ceará de ti
minha Santa Quitéria menina...



25/12/2004

caras dando-as


comparsa do silêncio
parece descompareço
espaço branco lenço
disperso incenso fumaço
disfarço-me suspenso
dispenso-me do fácil
me penso e lanço e danço
me lanço e danço e penso
descanso o descaso
apareço e começo
de avoar que avanço
de amar que amanso
convenço o verso
converso e venço
!

01/11/2004

garoa ácida

são paulo que não amanhece


uma cerração nubla o ceu da cidade
paira sobre o jardim
a sombra ignorante dos edifícios
difíceis compreensões
de fósseis contemplações
a perifa chove à deriva
vermelhos estandartes entopem boeiros
crianças escondidas observam
o ressecar dos coqueiros
o agasalho esfrega o assoalho do novelho
no alto do morro um canino de ouro
de outro sorriso esguelho
o lobo espreita a presa
a imprensa espia o lodo
a fantasia rasgada do último carnaval
a ave camuflada ocupa a capital
e come e goza e vira ocupacapital
o povo estreita a mesa
a imensa estria o estorvo
e o que passara afinal?
nada de mais nada de mal
aqui nada mais natural
urubu chocar ninho
de arara real.



28/10/2004
sin senhores ores


extremos ares lançares
sinceros remos aos mares
leremos palavralores
velozes logo veremos
saberes vozes sabores
folores vasos faremos
trancemos nossos colares
olhares lares colemos
aqueles novos calores
tremores que nos calemos
amores que nus queremos
pra seres luzicolores
prazeres que não dolores
temores que não teremos
suprimos sempre supores
supremos nos assoprares
serenos que assim seremos
senhores de nós senhores



15/10/2004

in prévisto



uma chuva cai
uma máquina pifa
uma gripe pega
uma viagem perdida
uma chave achada
uma rosa volta
uma fonte liga
um encontro vem
um sol sai
chega e fica
cai bem
aqui
som luz ação
sanha sã
sem sonho vão
sem ilusão
soluço e som
luz solução
sonhação
ação luz som
aqui
cai bem
sempre um
vem
que tem
do bom
um com outro sem
um zen ponto c’ohm



01/10/2004

con vidar-te



vida
arte
artevida
atrevida
revida
ida
da
arte
à
vida
até
tear
ar
este
lar
estelar
estrear
vida
com
arte
arde
convida
atrevida
artevida
arte
vida
!



27/09/2004

o que você vai fazer amanhã?



o falar e o dizer
o escutar e o ouvir
o olhar e o ver
overolhar
não leio mãos
adivinho olhares
quando quero falar digo
quando quero escutar ouço
quando quero olhar vejo
não tenho respostas
questiono atitudes
quando quero dizer canto
quando quero ouvir danço
quando quero ver viajo
não insinuo
me declaro
quando quero cantar silencio
quando quero dançar percebo
quando quero viajar vou
vôo decolo
decolores d'íris
acordo meus acordes
brinco meus bailares
não fantasio modas
modelo sentires
não pisco em festas
celebro encontros
minhas máscaras são tuas
não preciso emprestá-las
sei percebê-las
quando quero fumar fumo
quando quero beber bebo
quando quero trepar trepo
assimilo semelhanças
escolho intenções
saliento diferenças
quando quero tocar sinto
quando quero sentir sou
quando sou eu assim
sincero não sério
não espero nada
faço o que posso
sei do não
sou do sim
divirto-me
de mim.




17/09/2004

canós i tudarena





Embaixo da lona do grande circo da vida
a platéia é o picadeiro e o picadeiro a platéia:
Luzes acesas.
Uma voz em off anuncia:
- O espetáculo já começou!!!
Se você é artista... insista!
Se não for... assista!
O espetáculo já começou!!!
Se você é artista... assista!
Se não for... insista!
O espetáculo já começou!!!
Não tente tudo entender... Conquista!
Não tente tudo entender... Desista!
O espetáculo já começou!!!
Estamos todos nesta pista!
...
Música, maestro!!!



15/09/2004

la pá lavra la palavra lapalavralapalavralapalavralapalavra...

"Palavras são meios de transporte,carregam cargas."
(Augusto Boal)

palavra
vibração
palavra
vibra ação
vi bração
palavra
vibra som
palavra
vibras om
brasão
braçal
brasil
vibra!
fibra
cobra
dobra palavra
palavra abra
palavra obra
oba palavra
hora palavra
palavras oras!
palavras ouros
palavradouros
palavradores
viradores
valores
calores
colores
palavras cores
vibrantes
vibra antes
vibra ações
essa palavração
palavras são
vibrações


13/09/2004

Comer quê



tem quem come com a boca
tem quem come com a mão
tem quem come com os olhos
tem quem come com o pinto
também tem quem não come
tem quem tem comichão
tem quem come chão
tem quem come terra
tem quem come bola
tem quem come pão
também tem quem não come
tem quem mata pra comer
tem quem come o que não mata
engorda
tem quem come gorda
tem quem come magra
tem quem come e cresce
tem quem come e emagrece
também tem quem não come
tem quem come home
tem quem come mulé
também tem quem não qué
tem quem come na cama
tem quem come o que ama
tem quem come em pé
também tem quem não come
tem quem come o que faz
tem quem tem quem traz
tem quem come de frente
tem quem come de lado
tem quem come de trás
tem quem tanto faz
também tem quem não come
tem quem come pedra
sabe o cu que tem
tem quem come vento
tem quem come rápido
tem quem come lento
tem quem vomita o que come
tem quem come o que vomita
tem quem come marmita
também tem quem não come
tem quem come bicha
tem quem come bicho
tem quem come mato
tem quem come lixo
tem quem come até o prato
tem quem cospe no prato em que comeu
também tem quem não come
tem quem não come porque está duro
tem quem come só porque está duro
tem comida com cominho
tem caminho só com ida
tem quem come na volta
se na volta tem comida
também tem quem não come
também tem quem não come
também tem quem não come
tem quem come
tem quem fome
tem quem some
que que tem
tem quem come o que tem
tem quem não tem
o que comer?
Como?
tem?
eu
heim




12/09/2004

ou se ou se


nesse mundo...

ou se vive no Deus me livre
ou se livre no Deus me vive!




12/09/2004

glorietiza


comigo mi amiga
me ligo nossa liga
su aviso suaviza
su riso me sorrisa
contigo na cantiga
tem sido na torcida
consigo vou me siga
sabido na subida
sem ti nada sentido
santidade sentida
convida-me la vida
la vida
le pido no rapida
mi vida
comigo mi amiga



09/09/2004

de cumbuca em cumbica



Aquela linda e imensa carpa branca abriu o zíper de sua barbatanga e mostrou-se terrivelmente dragônica... Como não tinha mais nada a fazer... correu atrás do primeiro palhacinho que encontrou.
Correu, nadou, nadou, correu: como em todas as perseguições submoníricas. Até que parou: parou,falou, falou, parou:
- Por que você está me perseguindo assim? - indagou o palhacinho.
- Ué, porque eu sou terrívelmente dragônica! Não está vendo? - labaredou a carpadraga.
- Sim, estou vendo! E o que significa isto? - reindagou o palhacinho, agora com o chapéu carbonizado.
- Que você deve ter medo! Medo! Medo! - relabaredou a carpadraga.
- Ah sim, é claro! Eu sabia que tinha esquecido alguma coisa antes de vir pra cá! Como posso conseguir um pouco de... medo? - rereindagou o palhacinho, agora com o chapéu carbonizado e o nariz derretendinho...
- No cursinho de clown que você fez... não lhe ensinaram a ser humano, ô Palhaço?! - rerelabaredou a carpadraga, retirando-se emputecida.
O palhacinho não sabia se assoprava as chamas de seu paletó xadrez, ou se se despedia da dragacarpa. Pensou:
- Eu quero me divertir muito, por aqui! Essa vida é mesmo uma grande celebração!
Virou-se com suas mochilas, seu cavaquinho, e pegou o primeiro avião para Bruxelas.
Desta vez, faria algo diferente: ir novamente atrás de sua mais mesma semprenova família... celebrar!!!

* o medo é uma invenção inumana que quase deu certo.




07/09/2004

beleza mano!


a beleza tem prosa
a beleza tem preço
a beleza tem prazo
a beleza tem preso.
a doce beleza oferecida
a beleza oferecida em doses.
essa beleza fere
depois beleza ida.
beleza exata é beleza nata
não pode ser oferecida
já é adquirida
antes mesmo de nascida
ela é um botão de rosa
mora atrás da segunda casa
do botão da bela b'lusa.
a beleza gera
não exagera
não ri nem chêra
beleza se é
beleza não se usa.
a beleza na luz do vero olhar
a beleza inspira ao se respirar
a beleza calma como alma e mar
e também a beleza da Terra que pisa
cuidado com a beleza outra
é o que a minha beleza avisa.
sejamos naturais da nossa beleza
sejamos o que somos e sempre fomos
a beleza natural do ser de ser
mais cada vez mais
natureza.





06/09/2004

dia meu e céu


depois de um dia de céu:
manhã de ceu de quebra-cabeça, que agora se lança de samba e criança, jogo riso e dança...
tarde de céu de palco, de passo pegada, embolada bacia, retropicalizando o sangue dando song, mais quequente bom do dia...
noite de céu de lua barriga olhando pá cria, roda toque batuque suingue com a velha nova liga de palhaçaria...
e agora céu fofo de travesseiro blu, debruço travesso descanço, de: penso logo me dispenso...do dia céubom menso imanso.




04/09/2004
pontapé



Só pra começar: um pontapé. Um pé em ponta apronta um chute, um giro, um passo. Pronto, passo a aprontar os pontos e aponto-me em novos passos à novos paços. Descalçando causos, descascando cascos. Descartando ascos e assoprando os ciscos. Passo e fico, pisco e faço. Não é fácil, outro risco. Me belisco num petisco. Quem tasca? Eu.